Dia 54 e contando.
Do fundo do meu eu todinho: como eu esperei esse 10 de Maio.
Mas esperar muito nem sempre é bom. Expectativa é o ópio da saúde mental.
Aguardava muito aquela primeira festa da escola, com crianças chorando, outras dançando, outras paradas olhando as pessoas com curiosidade e receber aquele cartão com uma flor de papel feita com a mãozinha de tinta escrito "Você é a melhor mãe do mundo." E mesmo sabendo que Antônio não entenderia bulhufas do que estaria se passando eu ia guardar esse pedacinho de papel até meu último dia por aqui, por que é isso que mães fazem. E lembram, eu sou a Vovó Geller.
Seria meu primeiro presente de dia das mães.
Depois, no domingo, iríamos almoçar com minha mãe e enfim fechar o dia com um café da tarde na casa da minha avó com as crianças correndo pelo quintal, gritando, brigando, se amando, chorando e gargalhando quase que tudo ao mesmo tempo.
Não deu.
Não tive minha primeira festinha besta de escola, nem cartão pra pendurar na geladeira e o domingo se resumiu a uma entrega quase que a distância de uma cesta de chocolates para minha mãe, um almoço simples e rápido em casa mesmo, uma chamada de vídeo com minha avó e um prato de brigadeiro.
Mas eu ganhei da Lívia uma flor roubada de um vasinho.
Feliz dia das mães!
♥️