domingo, 10 de maio de 2020

Mãe, isolamento e brigadeiro.


Dia 54 e contando.
Do fundo do meu eu todinho: como eu esperei esse 10 de Maio.
Mas esperar muito nem sempre é bom. Expectativa é o ópio da saúde mental.
Aguardava muito aquela primeira festa da escola, com crianças chorando, outras dançando, outras paradas olhando as pessoas com curiosidade e receber aquele cartão com uma flor de papel feita com a mãozinha de tinta escrito "Você é a melhor mãe do mundo." E mesmo sabendo que Antônio não entenderia bulhufas do que estaria se passando eu ia guardar esse pedacinho de papel até meu último dia por aqui, por que  é isso que mães fazem. E lembram, eu sou a Vovó Geller.
Seria meu primeiro presente de dia das mães.
Depois, no domingo, iríamos almoçar com minha mãe e enfim fechar o dia com um café da tarde na casa da minha avó com as crianças correndo pelo quintal, gritando, brigando, se amando, chorando e gargalhando quase que tudo ao mesmo tempo.
Não deu.
Não tive minha primeira festinha besta de escola, nem cartão pra pendurar na geladeira e o domingo se resumiu a uma entrega quase que a distância de uma cesta de chocolates para minha mãe, um almoço simples e rápido em casa mesmo, uma chamada de vídeo com minha avó e um prato de brigadeiro.
Mas eu ganhei da Lívia uma flor roubada de um vasinho.
Feliz dia das mães!
♥️

segunda-feira, 4 de maio de 2020

2020

É Maio, acho, mas não importa.
Vou voltar a escrever.
No decorrer desses anos me casei com o cara do texto aí abaixo, perdi, ganhei, briguei, emagreci, engordei e virei mãe. Voltei a perder ganhar, brigar, emagrecer e engordar.
E chegamos a 2020 com um ar de renovação e vitória que foi engolido, massacrado, arrastado e devastado por um tatu.
Vivemos um isolamento social onde muitas coisas estão acontecendo mesmo sem nada poder acontecer.
Hoje eu respiro o dia todo tentando manter a sanidade. Controlando a crise de Pânico, que como aquele diabinho dos desenhos infantis, está sentada no meu ombro dizendo: abre o portão, sai correndo, vai ... DESMORONA que eu vou te jogar lá de novo.
E é escrevendo que eu sempre consegui lidar com minha depressão, postando ou não os textos, é isso que me alivia, que me liberta, que me faz pesar minha fraqueza que é bem maior que minha força, porém tá enjaulada por que eu quero assim.
Boa noite.
Sejam bem vindos.
De pouco a pouco vou colocar os anos dia, reviver meus sentimentos e colocá-los aqui de forma aleatória.

@gabijaloto